08 agosto, 2016





Livro: Os homens que não amavam as mulheres (Primeiro livro da Trilogia Millennium) 
Autor: Stieg Larsson 
Nº de páginas: 458 
Editora: Companhia das Letras 


Quero agradecer mais uma vez ao site LeLivros por me apresentar a essa verdadeira obra de arte. Eu não conhecia o autor nem suas histórias, inclusive, somente me dei conta de que o livro havia sido adaptado para filme durante a pesquisa que fiz para escrever esta resenha. Um dos motivos é nunca ter ouvido falar do autor, uma vez que recebemos maior influência de autores estadunidenses e ingleses e Larsson é sueco. Outro motivo é que tenho essa mania de evitar pesquisar sobre os livros que ainda vou ler (cada um com suas manias :D) e só pesquisar durante a leitura ou depois. 


Penso que Larsson não é um autor muito conhecido, por isso, vou falar um pouco do que descobri sobre ele ;) .

Como disse antes, Stieg Larsson nasceu na Suécia em 1954 e, infelizmente, faleceu em 2004. Ele foi jornalista, escritor e ativista. A trilogia foi lançada postumamente (depois de sua morte) em 2005. Larsson foi criado pelos avós e seu avô, Severin Boström, representou um modelo de conduta a ser seguido para ele. Seu avô era contrário ao racismo e ao fascismo, que era um movimento político que emergiu uns anos antes e continuava a ganhar força naquela época. Stieg Larsson cresceu e se tornou um dos principais ativistas contra o racismo e modelos políticos totalitários em seu país e por isso, principalmente em seus últimos 15 anos de vida, recebia ameaças de morte frequentemente. 
Na juventude ele fazia mochilões pela Europa (ah, que vontade de fazer também ~ suspiro sonhador) e aos 18 anos conheceu Eva Gabrielssona mulher com quem passaria a vida toda, em um encontro contra a Guerra do Vietnan. 


Agora vamos à história. 

O autor começa o livro nos apresentando a um mistério que se estendeu por quase quarenta anos e aparentemente, não há esperanças de ser resolvido. Um senhor idoso recebe, religiosamente, em seu aniversário quadros com flores raras prensadas. Cada ano são enviadas de um lugar diferente. 
O quadro muda e conhecemos um dos personagens principais da história, Mikael Blomkvist, um jornalista investigativo com uma grande manchete a ser publicada, mas que acaba se tornando fonte de processos contra ele e em investidas contra a revista que lidera em parceria com Erika Berger, sua amiga e amante ocasional de longa dataConhecendo o autor, fica fácil ver como Mikael Blomkvist é parecido com ele. O personagem é um jornalista que investiga e denuncia irregularidades, escreve livros sobre sua área e fundou uma revista. 
Procurando se afastar da mídia e das repercussões negativas que essa denúncia lhe rendeu, Blomkvist se afasta da revista que fundou, a Millennium, e pensa em tirar férias. 
Nesse ínterim conhecemos Lisbeth Salander. A diva. Nascida em uma família com problemasSalander é um criança autista. Extremamente inteligente, mas com muita dificuldade em se relacionar com outras pessoas, vivia entre o bullyng e escritórios de aconselhamento psicológico, mas nunca respondia às perguntas feitas. 

"Armanskij teve dificuldade de se habituar ao fato de seu melhor cão de caça ser uma jovem pálida, de uma magreza anoréxica, com cabelos quase raspados e piercings no nariz e nas sobrancelhas. Tinha a tatuagem de uma vespa no pescoço e uma faixa tatuada ao redor do bíceps do braço esquerdo. Nas poucas vezes em que Lisbeth usara uma regata, Armanskji constatara que ela também tinha uma tatuagem maior na omoplata, representando um dragão. Originalmente ruiva, tingira os cabelos de preto. 
Parecia estar sempre chegando de uma semana de farra na companhia de uma banda de heavy-metal. Ela não sofria de distúrbios alimentares — Armanskij estava convencido disso. Ao contrário, parecia consumir qualquer tipo de comida. Simplesmente nascera magra, com uma ossatura fina que indicava um aspecto frágil e delicado de menina, com mãos pequenas, tornozelos estreitos e seios que mal despontavam sob as roupas. Tinha vinte e quatro anos, mas parecia ter catorze."  (pág. 33)

Aos vinte e quatro anos, Salander é considerada mentalmente incapaz  e conta com o "auxílio" de pessoas para controlar seu dinheiro e sua vida. Seu primeiro tutor era um bom homem, tinha o interesse de alcançar sua confiança e amizade, mas o segundo... Era um aproveitador, na melhor das hipóteses. Quem tiver estômago para essa parte, boa sorte... Mas como eu disse, ela é uma diva e se esforça para retribuir à altura. Gostei bastante (~ na verdade soltei fogos). Mas em contradição ao que os relatórios psiquiátricos dizem dela, Salander é a melhor pesquisadora da Milton Security, uma empresa de segurança, em que sua função é reunir informações sobre pessoas a pedido dos clientes. 
O caminho de Mikael e Lisbeth se encontram pela primeira vez quando Lisbeth é contratada para investigar a vida dele a pedido das pessoas que pensavam em lhe propor um trabalho. Terminada a investigação, Mikael recebe uma oferta surreal. Henrik Vanger, um industrial de mais de oitenta anos pede que ele investigue o desaparecimento de sua sobrinha... que aconteceu há quase quarenta anos. A contra gosto, ele aceita e, com a ajuda de Salandera investigação de um evento do passado acaba mostrando um lado bastante atual e doentio da família Vanger. 
Muitos livros que leio se desenvolvem de um jeito maravilhoso, mas quando chega ao fim, deixam um pouco a desejar, mas isso não aconteceu com "Os homens que não amavam as mulheres". Muito pelo contrário, ele manteve o ritmo até o final. As descobertas feitas por Sally e Blomkvist são surpreendentes. E como se não bastasse a história ser envolvente, os personagens são muito bem construídosnão só os principais. Você passa a gostar deles e são tão coerentes, que passa a conseguir deduzir como se comportarão. 
Decidi ler esse livro para sair da minha zona de conforto e não me decepcionei e pretendo adicionar o exemplar físico a minha coleção.
Se vocês já leram ou pretendem ler, digam nos comentários sua opinião sobre o livro e sobre esses personagens incríveis!



































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